quinta-feira, 5 de maio de 2011

Estou de Férias, mas continuo na busca por CIDADANIA

Educação para valores/ Educação para a vida

“Na verdadeira educação para a vida, não se ensina apenas aquilo que se sabe, nem aquilo que se quer”. “Ensina-se aquilo que se é”.
Jean Paul Satre


Educação é aqui entendida, basicamente, como a formação do ser humano para desenvolver suas potencialidades de conhecimento, julgamento e escolha para viver conscientemente em sociedade, o processo educacional, em si, contribui tanto para conservar quanto para mudar valores, crenças, mentalidades, costumes e práticas.
É o único processo que transforma o potencial em realidade. É por meio do ato de educar, portanto, que buscamos capacitar os nossos adolescentes para a vida, o trabalho, à convivência social.
A autenticidade de uma efetiva educação para a vida deve guardar fina sintonia, com dois pontos chaves: o primeiro ponto-chave refere-se a reestruturação do universo relacional da unidade educativa tendo por base os três eixos da ação salesiana:
·         A docência, que trabalha com o socioeducando a dimensão cognitiva no âmbito do discurso das palavras;
·         As práticas e vivências, que trabalham com o socioeducando a dimensão dos valores pelo curso dos acontecimentos, ou seja, pela criação de acontecimentos estruturantes, que exercem uma influência construtiva sobre o adolescente;
·         A presença educativa, que é segundo Dom Bosco, “o tempero de tudo”, porque implica o cultivo da abertura, da reciprocidade e do compromisso das relações socioeducador-socioeducando.
O segundo ponto-chave refere-se ao está preconizado no panorama legal, Art. 2º da lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB-Lei 9.394/96):
“A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios da liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Uma unidade educativa precisa ser sintonizada com a totalidade do educando, que tem razão, emoção e ação.
Assim, ao fazermos uma reflexão sobre como o conhecimento e valores funcionam na vida das pessoas, transformando seus potenciais em capacidades encontramos:
Os conhecimentos entram nas pessoas pelo canal do intelecto e saem dele traduzidos em competências e habilidades. A aprendizagem cognitiva responde a uma questão central: O que eu sei?
Já os valores entram nas pessoas pelo canal das práticas e vivências e saem delas como atitudes básicas diante da vida (conjunto de crenças, valores e princípios). Este aprendizado vital também responde a uma questão básica: o que eu sou?
O grande desafio para formar jovens autônomos, solidários e competentes passa pelo equilíbrio dos três eixos necessários à estruturação da comunidade educativa (docência, práticas e vivências e presença educativa). O adolescente em conflito com a lei numa primeira fase de seu processo educativo tende a acreditar mais no curso dos acontecimentos do que no discurso das palavras. Na verdadeira educação para a vida, não se ensina apenas o que se sabe, nem o que se quer ensinar. Ensina-se o que se é: um exemplo – afirma o senso comum – vale por mil palavras.
Quem educa os socioeducadores? Este processo acontece pelo estabelecimento de espaços para a promoção da escuta qualificada do sujeito e pelo desenvolvimento das práticas democráticas e pela formação continuada da unidade de atendimento.

Ao discutir os valores democráticos é importante, destacar o valor da solidariedade. A liberdade e a igualdade estão, como se vê estreitamente ligada à tolerância. Mas esta é uma virtude passiva, ou seja, é a aceitação da alteridade e das diferenças.

Enquanto que a solidariedade é, em si mesma, uma virtude ativa - por isso muito mais difícil de ser cultivada -, pois exige uma ação positiva para o enfrentamento das diferenças injustas entre os cidadãos.
Podemos dizer, em substância, que educamos em valores quando as pessoas se fazem entender e entendem os demais colegas; aprendem a respeitar e a escutar o outro; aprendem a ser solidários, a ser tolerantes, a trabalhar em grupo, a compartilhar ou socializar suas idéias e o que sabem, a ganhar e a perder, a tomar decisões, enfim. E, assim, o resultado da educação em valores nas instituições: ajuda os educandos a se desenvolverem como pessoas humanas e faz ser possível, visível ou real, o desenvolvimento harmonioso de todas as qualidades do ser humano.

Edna Lucia Gomes de Souza - Psicóloga
Bibliografia: As Bases Éticas da Ação socioeducativa – Referenciais Normativos e Princípios Norteadores -/ Coordenação Técnica Antonio Carlos Gomes da Costa – Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2006

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